terça-feira, 13 de março de 2012

Votorantim e a política de esgoto

“Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é fácil.” (Aristóteles)

Por Fernando Grecco
Há aproximadamente seis meses das eleições municipais, iniciam-se alguns embates políticos nem sempre alicerçados nas distinções ideológicas dos diversos grupos que compõem o nosso cenário político-partidário. Votorantim, considerando a sua história passada de subserviência a interesses industriais (submissão essa projetada por alguns grupos políticos que ainda hoje, infelizmente, disputam o poder na cidade), possui alguns grupelhos cujo nível intelectual, moral e ético está a anos-luz do razoável. E não tratamos, aqui, de políticos tradicionais com discurso arcaico, mas sim de alguns néscios que ainda acreditam que oposição política se faz com comparações numerológicas absurdas, críticas vagas, imprecisas, demonstrando claramente desconhecimento dos assuntos que se propõem a tratar.
Oposição se faz com direcionamento, com propostas de políticas públicas que provem serem mais profícuas se comparadas àquelas que estão sendo implementadas. Oposição se faz, também, com determinação, qualidade, expondo teorias político-econômicas que abririam novos horizontes às classes menos favorecidas. Assim se espera de uma sociedade politicamente madura, com ideais e propostas definidas e sustentadas pela experiência e pela convicção ideológica. Infelizmente, em Votorantim assistimos ao contrário. A oposição, além de desarticulada e diluída, adota para si uma prática tão retrógrada que beira ao riso, ao sarcasmo. Imagens de lixo aqui ou acolá, um banco rasgado em alguma unidade pública, uma ou outra cena descontextualizada etc. são as “armas” que alguns oposicionistas débeis utilizam na crença estúpida de que estão debatendo profundamente nossa realidade política, econômica e cultural. São primitivos, infantis e irracionais.
A sociedade votorantinense, fortemente remodelada no último decênio, obriga-se a ouvir, muitas vezes, algumas críticas sem fundamento, ou baseadas em argumentos tão insignificantes que colocam em xeque à sanidade mental de seus idealizadores. Perdemos, com isso, a oportunidade de se discutir política de forma coerente, lógica, calcada em proposituras de interesse coletivo, para permanecermos em um nível tão desprezível onde certamente os mais intelectualizados não participarão. A persistência de uma prática oposicionista execrável afasta àqueles que poderiam contribuir positivamente na concepção de políticas públicas que atendam as necessidades da população que, diariamente, aumenta seu grau de complexidade e requer, evidentemente, maiores atenções por parte dos governos.
Por aqui, alguns grupos se movem exclusivamente pelas tiranias das paixões mais dementes, pelos impulsos, apetites e desejos desenfreados que são plenamente justificados quando buscamos elucidações em Immanuel Kant. Para Marilene Chauí, ainda sob a ótica de Kant, “a natureza nos impele a agir por interesse. Este é a forma natural do egoísmo que nos leva a usar coisas e pessoas como meios e instrumentos para o que desejamos”. O problema é que no caso em questão, esses apaixonados selvagens acreditam ter condições de dirigir nosso município. Pobre Votorantim caso fosse entregue às mãos de seres que agem unicamente por motivações físicas, psíquicas, à maneira dos animais.
Embora o município tenha melhorado seus índices educacionais, apontando certamente para uma população um pouco mais crítica do ponto de vista político, ainda assim terá de conviver, a partir de agora, com a dicotomia lógico/ilógico. Cabe à parcela mais inteligente da sociedade rechaçar as teses mais absurdas como maneira única de suprimi-las da vida pública votorantinense, abrindo espaço somente à discussão salutar sobre as demandas que, dia após dia, emanam da sociedade organizada.
Assim, esperamos demarcar um território onde a discussão política se faz de modo sério, coerente, sem as baixezas e outras práticas aterrorizantes e absurdas como agressões físicas etc.

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