domingo, 22 de janeiro de 2012

Assentamento do MST contribui para o avanço agrícola no Piauí | MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

Por Vanessa Ramos
Da Pàgina do MST

Em meio à seca, com poucas chuvas e sob o sol escaldante do Nordeste brasileiro, trabalhadores rurais do Assentamento Marrecas, localizado no município de São João do Piauí, garantem uma produção diversificada de frutas que abastece supermercados, escolas públicas e creches de todo o Piuaí.
Dentre os produtos comercializados, estão mandioca, milho, feijão, uva, mamão, goiaba, melancia, ovelhas, cabras e cabritos. Só neste ano, mais de 60 toneladas de uva foram colhidas durante o Festival da Uva, realizado pelo governo do estado entre os dias 13 e 15 de janeiro, na cidade de São João do Piauí.
O Assentamento Marrecas é o assentamento mais antigo do MST no Piuaí. Cerca de 300 famílias vivem hoje em Marrecas, que completa 23 anos no dia 10 de junho. Para Antônio de Miranda, da Coordenação Nacional do Setor de Produção do MST, Marrecas representa um marco histórico: a primeira resistência de luta pela terra na região.
Segundo ele, no início, os assentados tiveram muita dificuldade para produzir alimentos em função, sobretudo, do difícil acesso à água. “Havia muita água, poço jorrando, mas não havia um projeto de irrigação. A água acabava não sendo aproveitada,” relembrou.
Hoje, o assentamento tem produção agrícola irrigada, sem utilização de energia, só por meio da força da natureza. Apesar de São João do Piauí ser considerada a capital estadual de uva, milho, feijão, caprino e ovino são as produções carro-chefe do assentamento. “Marrecas tem um potencial de produção diversificada muito grande”, afirmou Francisco Juliano de Carvalho, da Coordenação Estadual do MST.
Experiência
O assentamento é pioneiro na produção de uva no semiárido piauiense, um projeto desenvolvido em parceria com o governo do estado e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Atualmente, seis famílias assentadas participam do projeto piloto.
Todos os produtos produzidos no assentamento Marrecas são vendidos para as grandes redes de supermercados da região, principalmente a goiaba. Os agricultores também participam do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e Programa Nacional da Merenda Escolar (PNAE) e de feiras locais.
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