Com a difusão das redes
sociais foi possível observar (mais uma vez) o baixo nível intelectual da
sociedade brasileira, especialmente em cidades interioranas como Votorantim.
Analisando os comentários, frases de efeito, fotos etc. que diariamente poluem
as páginas da internet, vislumbramos um espetáculo de idiotices de todos os
gêneros. Não há limites para o mau gosto, para a piada sem graça e para
comentários políticos que são dignos de pena.
Um elevado percentual de postagens refere-se a
novelas, futebol, BBB e a frases de auto-ajuda de gosto bastante duvidoso.
Política, quando se fala, é com intuito de propagar as mesmices que ouvimos nas
ruas. Nada de novo, pelo contrário, é tudo piorado já que a tecnologia nos
permite ocultar a face e a verdadeira identidade. Lamentável. Se um dia
acreditamos que a tecnologia facilitaria o contato com a ciência, robustecendo
o espírito crítico e o nível cultural da população, isso se limitou à
teoria.
Às mulheres atraentes, esboçadas em academias, as
redes sociais funcionam como um palco para exibicionismos baratos. Não há
limites para a vulgaridade e baixeza humana, para a necessidade suprema em ser
notada, observada, desejada e comentada. A isso, boa parte das pessoas
dedica-se horas de suas vidas em um narcisismo infantil, frustrado e desprovido
de qualquer sensualidade. Aos homens, cada dia mais alienados e limitados, só
existe futebol, mulher e cerveja. A caracterização masculina, instintiva,
perdeu o sentido, deu lugar a um modelo tão caricato que a essência masculina
não mais se reconhece.
Imaginamos uma sociedade que utilize a facilidade da
comunicação via internet para se voltar única a exclusivamente aos nossos
problemas essências. Fome, miséria, violência, racismo, doenças e degradação
ambiental. Discussão política ideológica, senso crítico, não aceitação,
rebeldia, justiça social, liberdade. Não reconhecemos esses temas nas redes
sociais. Eles são, por sua vez, tão estranhos à maioria da juventude que
perderem inteiramente o sentido. Nessas circunstâncias, resta-nos acreditar,
somente, que o futuro será ainda mais sombrio se comparado ao presente...
* Artigo publicado no jornal Gazeta de Votorantim em 23/03/2013
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